quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Namorado ou irmão?

Aqui é a Chiclete, como vocês devem saber a gente aqui do blog estava procurando uma pessoa nova para a equipe, e essa menina(Tic Tac) mandou a história e nós gostamos, leiam e comentem o que acharam da história dela, isso é muito importante! Queremos saber a opinião de vocês sobre a história dela.


Eu abri os olhos novamente e continuava no mesmo lugar que tinha adormecido. Um quarto branco, com janelas do outro lado de onde eu estava. Queria acreditar que tudo aquilo não passava de um sonho, de uma ilusão, mas eu sabia que não era isso. Sabia que era verdade. Lá estava eu, depois de um acidente de carro. Triste, arrasada. Mas não posso dizer que nunca me senti assim. Meus pais morreram quando eu tinha um ano, talvez antes. Fui criada pelo meu tio, um homem muito mais velho que meu pai, mas muito gente boa. Ele morava sozinho, e foi pai solteiro a vida inteira, e sua única filha tinha saído de casa para fazer faculdade e não tinha voltado mais. Agora eu estava preocupada. Meu tio tinha morrido nesse acidente. Com apenas 15 anos, como iria me virar sozinha? Era impossível.
Uma enfermeira entrou na sala, com os cabelos pretos bem presos em um coque.
-Belieber, alguém quer falar com você. - Ela disse.
Entrou então um homem e uma mulher. Um casal muito bonito, diga-se de passagem. O homem aparentava ter uns quarenta anos e a mulher trinta e seis, não mais que isso. O homem tinha cabelos cacheados, meio compridos, mas presos em um rabo de cavalo e olhos muito verdes, e a mulher tinha longos cabelos castanhos e cacheados e olhos cor de mel.
-Olá Belieber. – Disse o homem. – Sou Felipe. E essa é minha esposa, Tess.
-Oi. E como me conhecem?
-Bom você não deve saber, mas quando você nasceu, seus pais me chamaram para ser seu padrinho. Quando eles morreram, eu queria tua guarda, mas eu era solteiro, festeiro, não tinha mulher, não tinha experiência com crianças, mas eu lutei muito pela tua guarda. Mas a justiça achou melhor que você ficasse com o irmão de sua mãe, e eu fui para o Canadá tentar a sorte por lá. Voltei há alguns anos para cá, e me ligaram hoje informando a morte de seu tio. Viemos levar você para morar com nós agora...
Caralhoooooo. Eu tinha um padrinho que veio me buscar? Aquilo era bom demais.
Fiquei mais dois dias no hospital e recebi alta. Felipe ficou comigo todos os dias até eu poder sair de lá. E conversamos muitos. Descobri que ele tem um filho de 16 anos, que a mulher dele foi miss Stratford. Ele era corretor de imóveis e ela era dona de uma loja de roupas aqui nos EUA. Fiquei feliz por finalmente ter uma família.
A casa deles ficava a mais ou menos uma meia hora do hospital onde eu estava. E logo que vi a casa meu queixo caiu até minha barriga. Era enorme, linda, toda de tijolos meio escuros, tinha um enorme gramado na frente, com muitas rosas laranja plantadas. Era a casa dos sonhos de qualquer pessoa.

-Chegamos! – gritou meu padrinho.
E, dois segundos depois, desceram duas pessoas pelas escadas. Tess, a minha madrinha muito linda e perfeita e um garoto do lado dela, mas ele era mais que perfeito. Ele era super perfeito. Tinha cabelos castanhos iguaiszinhos aos de Tess, e lindos olhos com de mel. Era um deus. O deus da beleza masculina.
-Oi. – Disse o lindo menino olhando pra mim.
Eu: - Oii.
Estava nervosa, e senti minhas bochechas corarem. Ele era lindo, sua voz era perfeita e nós moraríamos na mesma casa.
Felipe: - Belieber, esse é meu filho, Justin.
Eu: - Olá Justin. 
Justin: - Oi Belieber.
Os meses se sucederam na perfeita maravilha, mas a ausência do meu tio me machucava. Eu sentia falta do jeito que ele me conhecia. Essa minha nova família era muito legal comigo, mas eu sentia falta do cheiro dos ovos com bacon de manhã, e do jeito que ele dizia “se cuida” quando eu saia de casa. Do modo como ele me abraçava quando eu chegava com algum 10. Do modo como ele dizia que eu era a filha que ele nunca teve. Felipe, Justin e Tess têm a vida perfeita, Justin nunca passou por nenhuma dificuldade e não tem a mínina idéia do que é perder uma mãe ou um pai. Duas vezes.
Um dia eu estava estudando no meu quarto quando Justin entrou.
Ele: - Oi.
Eu: - Olá.
Ele: - Você não está feliz aqui, não é?
A pergunta me pegou de surpresa. Justin e eu sempre conversávamos, mas nunca falamos sobre sentimentos. Tanto os deles quanto os meus.
Eu: - Sou sim. Muito. É que sinto falta do meu tio. Só isso. Foi como perder um pai. Meu segundo pai. Sabe, eu perdi meus pais quando tinha menos que um ano então nem senti a falta dele. Mas agora, foi como se eu tivesse perdido realmente meu pai. E isso dói.
Ele: - Não sei a dor que você sente, mas sei que ela não deve ser boa.
Eu: - É não é nada boa.
Nos olhamos nos olhos, e eu me apaixonei. Perdidamente. Sempre gostei de Justin, mas tinha medo de admitir o que sentia. Eu sei não somos parentes, mas parecia meio errado. Agora, com ele ali do meu lado, parecia que era muito errado. Mas sabe como dizem: ‘Escondido é bem melhor, perigoso é divertido...”.
Ele: Sabe Belieber, desde quando eu coloquei os olhos em você me apaixonei.
Woooooooooooooooooow. Para, para, para. Não sou eu que estou narrando isso? Que parte eu perdi?
Eu: - O que?
Ele: - Não sei. Alguma coisa nos seus olhos verdes ou no seu sorriso me fez sentir alguma coisa especial. Nunca senti isso por ninguém.
-Eu também não. – Respondi. – Gosto mesmo de você Justin, mas, admita, nunca poderemos ficar juntos.
Ele: - Por que não?
Eu: - Sei que não somos parentes de sangue, mas é como se fossemos. Como se você fosse meu irmão, você é o filho dos meus padrinhos e...
Ele me beijou. E eu nunca senti aquela sensação em nenhum dos beijos que já dei ou recebi. Era incrível, extraordinário. Como se as placas do mundo tivessem se conectado e tudo finalmente fizesse sentido. A triste que me prosseguia tinha sumido e eu era feliz novamente.
Ele: - Você precisa falar menos.
Eu ri e respondi: - Acho que esse é um bom jeito de me fazer calar a boca.
Ele riu e nós nos beijamos novamente.
Eu sabia que muitas pessoas iam achar isso ruim, ou péssimo, ou terrível, mas eu não estava aí para o que os outros iam pensar. Eu amava Justin de um jeito que nunca senti por ninguém. Por que ele era meu amigo, meu namorado e, de alguma forma, meu irmão.
Eu estava com medo desde o começo. Com medo de assumir o que eu sentia por Justin desde o começo. Com medo do que as pessoas iam falar, ou pensar. Mas agora, eu aprendi o que tinha que aprender:
“Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Por que sua reputação é o que você é, e sua reputação é o que pensam de você. O que os outros pensam, é problema deles...”
E minha consciência? Está muito tranqüila... Tic Tac

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